E eles todos
Se perceberam
Se olharam
Se viram
Estavam todos no pódium
Pela primeira vez em milênios
Sorriram
Meu Deus, estávamos
todos pulsantes em energia
desde pedras revestidos!
Lembraram de
quando eram simplesmente
lírios do campo a perfumar
Quantas e quantas
vezes como peixes juntos
subiram correntezas sem fim
E as savanas, então?...
Já se perdem nas voltas do tempo
as corridas felinas que o instinto ditava
O fogo... viram o fogo...
Assombrados
Eram talvez homens
Talvez mulheres
Certamente crianças
Através dos gelos, selvas e mares
Dos cinco continentes que dantes eram um
Agora novamente o fogo...
E do peito de cada um a chama
Que ardia mais que um milhão de sóis juntos
Que chama era esta?
Que incompreensível calor era este
que consumia tudo e
nada mais restava?
Que tamanha destruição ela prenunciava?
Onde já o eu a partir desta
incandescente verdade?
Era a chama, que acesa no mais alto do
pódium do próprio coração
ardia,
queimava,
destruía,
consumia,
verbalizava,
escandalizava,
anunciava:
E todos agora eram o eu,
mas também eram o nós
Pois tudo era só fogo e
Despertar