E então, num desses momentos de epifania, quando o universo se revela todo num
simples gole de café, Jorge encara o dragão...
Jorge já conhecia a história toda.... já sabia que devia matá-lo.....
mas como uma alma desperta e viva, Jorge olha no fundo dos olhos da fera....
e o que vê o deixa estarrecido....
lá estava ele...
todo nu sem veste nem ossos...
ele mesmo...
Jorge era a íris do olho do dragão!....................
e num lampejo de lucidez, Jorge sorri para o dragão como quem sorri para a vida....
nada mais de matá-lo....
matar o dragão era o mundo velho...
e os olhos do dragão continham o germe do novo...
e ambos eram a vida...
domar o dragão e não matá-lo era a chave, a resposta para
todas as buscas de Jorge....
fazer do dragão seu aliado....
e com ele adentrar a cidade chamada Presença....
e ambos eram a lança de Jorge e o metal que a forjou...
e o fogo que saía das ventas do dragão transformou-se na capa protetora do Santo
Guerreiro!
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